10 principais mitos do folclore brasileiro

Pense sobre as histórias que você ouvia antes de dormir ou sobre os livros que você leu durante a sua infância. Provavelmente, você tem uma memória afetiva em relação a eles e quase não se dá conta de que lhe ensinaram lições valiosas sobre como encarar a vida. A maioria dos contos, inclusive, apresenta um ensinamento, mesmo que nem sempre isso esteja explícito.

Os mitos também fazem parte dessas histórias que foram contadas de geração em geração, com o objetivo de explicar algum fenômeno natural e de disseminar conhecimento de forma simples e lúdica, para jovens e adultos. Muitos conhecem a mitologia grega, por exemplo, mas também precisamos desvendar a nossa cultura.

Nesse contexto, o folclore brasileiro nada mais é do que o conjunto de mitos desenvolvidos por povos indígenas desde muito antes da invasão portuguesa. Sendo transmitidos de forma oral no início, esses contos se desenvolveram em todo o país e ganharam atualizações com o tempo, sobretudo para serem contados às crianças de maneiras inovadoras.

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Apesar das mudanças, o que permaneceu no folclore brasileiro é a conexão das histórias com a natureza. Como os povos indígenas vivem do contato com o meio ambiente e o respeitam acima de tudo, as histórias também são uma maneira de homenageá-lo, de protegê-lo e de, em alguma medida, explicá-lo. A seguir, encante-se com 10 mitos do folclore brasileiro!

Boitatá

Boitata

No Nordeste do Brasil, O Boitatá é um protetor das florestas. Descrito como uma imensa serpente de fogo, ele é responsável por proteger os animais, matando as pessoas que promovem o desmatamento da flora brasileira. De acordo com o mito, aqueles que tentassem queimar as matas seriam surpreendidos com o Boitatá transformado em um tronco de árvore flamejante. Ao olhar para a criatura, tornariam-se cegos e loucos.

Boto

Boto

No Norte brasileiro, o Boto não é um personagem que, como outros do folclore, tem como objetivo proteger a natureza. No entanto ele pode ser compreendido como uma homenagem a esse animal rosado, que é belo e inteligente.

Segundo a lenda, em noites de Lua Cheia, o Boto se transforma em um homem sedutor, que esconde a narina na cabeça com um chapéu. Diz-se que ele engravida uma mulher ao se humanizar e depois volta a ser um boto.

Capelobo

Capelobo

Também na região Norte do Brasil, o Capelobo é um ser folclórico que tem uma aparência assustadora. Ele é uma mistura de um humano com animais, tendo a cabeça de um tamanduá, o corpo de uma pessoa forte e as patas de um animal feroz, com pelos por todo o corpo.

Ainda que ele se alimente de filhotes de cães e de gatos, é conhecido por matar e beber o sangue de caçadores que estejam prejudicando a floresta.

Comadre Fulozinha

Comadre Fulozinha

No sertão nordestino, a Comadre Fulozinha é como uma outra versão da Caipora. Porém, segundo a lenda, ela se ofende com essa comparação.

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De qualquer forma, ela é uma defensora da floresta e das pessoas que nela vivem. Então a Comadre Fulozinha é capaz de assustar qualquer um que esteja tentando destruir a fauna e a flora ou que desrespeite os habitantes nativos de uma região. Como uma travessura, ela gosta de amarrar crinas de cavalos.

Corpo seco

Corpo Seco

O Corpo Seco é um personagem folclórico comum nas regiões Sul e Sudeste e também na Europa. Segundo a lenda, ele é o espírito de um homem muito malvado que foi recusado por Deus e pelo Diabo depois de ter sido enterrado em uma floresta.

Por isso só lhe resta vagar, sem vida, assustando as pessoas. Com essa lenda, identificamos que a mata é receptiva e acolhedora apenas para quem pratica o bem.

Curupira

Curupira

No litoral brasileiro, o Curupira é conhecido como um defensor das matas do país.

Com os pés virados para trás para distrair os caçadores e com cabelos de fogo, ele confunde e assusta aqueles que tentam fazer mal para a floresta. Sendo assim, quem estiver com más intenções para com a fauna e a flora brasileira poderá ouvir o grito do Curupira e nunca mais conseguirá voltar para a própria casa.

Lobisomem

Lobisomem

Contada pelos portugueses para os povos indígenas, a lenda do Lobisomem é bastante variada no Brasil.

O que há em comum entre todas as versões é que esse ser é um homem que se transforma em lobo durante a Lua Cheia e se torna capaz de matar todos os seres que encontra. Alguns dizem que essa transformação acontece com o oitavo filho de uma família, outros pensam que se trata de um homem que foi mordido por um lobo. Não há certo ou errado nesse caso.

Mãe d’água

Mãe d'água

Também chamada de Iara, a Mãe d’água tem origem na região Norte do Brasil. Ela era uma mulher que foi acolhida pela floresta, transformada em sereia pelos peixes do Rio Amazonas. Isso aconteceu depois que os irmãos tentaram matá-la, por inveja das habilidades que ela tinha como caçadora.

Para se defender, ela matou os irmãos e foi punida pelo pai, mas a água teve piedade da jovem. Desde então, ela protege os rios. Além disso, atrai os homens para as profundezas com um canto melodioso, afogando-os.

Mãe de Ouro

Mãe de Ouro

No Sudeste, no Centro-Oeste e no Nordeste do Brasil, a Mãe de Ouro é uma personagem folclórica. Acredita-se que ela é uma mulher loira, de cabelos longos e que sempre usa um vestido branco. A especialidade dela é localizar tesouros escondidos na natureza, sabendo onde ir para protegê-los. A Mãe de Ouro também é referenciada como uma protetora dos rios e das montanhas.

Pisadeira

Pisadeira

A Pisadeira é uma personagem folclórica comum na região sudeste do Brasil. A história conta que ela é uma mulher magra, que tem dedos compridos, unhas sujas, cabelo bagunçado e pouca altura. Os olhos vermelhos completam os dentes esverdeados, aparentes por uma boca que fica sempre aberta. Ela é conhecida por pisar na barriga de quem acabou de comer muito, causando falta de ar durante a madrugada.

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A partir dos 10 mitos folclóricos que apresentamos, você já conhece um pouco mais da cultura brasileira. Talvez você saiba de alguma variação dos personagens acima ou de uma versão diferente de cada história. E é justamente essa a beleza do folclore! Cada parte do país o conta de um jeito, seguindo os próprios regionalismos e as próprias impressões. Continue aprendendo sobre esse assunto para que a tradição indígena esteja sempre viva.

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