Mito de Órion

Algumas constelações de estrelas serviram de inspiração para a criação de mitos e lendas nos povos antigos, como os gregos e romanos. A constelação de Órion é uma das que tem o seu próprio mito.

Diz a lenda que Órion era um gigante, filho do deus dos mares, Poseidon. O gigante era um dos melhores caçadores da sua época e também era reconhecido por sua beleza máscula. Ele morava em Quio, cidade grega governada na época pelo rei Eunápio, que possuía uma bela filha chamada Mérope. O destino não poderia ter sido mais certeiro do que uma flecha de Órion. Ele se apaixonou pela princesa e faria de tudo para conquistá-la.

O rei, sabendo da ambição do gigante, impôs uma condição para permitir que ele se casasse com sua filha: Órion teria que livrar a vila onde moravam das feras que atacavam constantemente e arruinavam a colheita e a vida dos moradores. E ele deveria fazer isso sozinho.

Mérope chorou e disse a Órion que seu pai o estava levando a morte certa, mas, mesmo assim, ele não desistiria do amor de sua vida. Dia após dia ele caçava as feras, e a cada uma que ele matava, deixava aos pés de Mérope no palácio do rei. Ao terminar de matar todas as feras, o rei negou o casamento com sua filha.

Enraivecido, Órion tentou fugir com a princesa, mas Eunápio era um rei implacável e, ao descobrir os planos do caçador, pediu ajuda ao deus Dionísio para embebedar o gigante com o seu vinho mais forte. E, quando isso aconteceu, o rei apareceu e furou os olhos de Órion para nunca mais poder olhar para a princesa.

Os deuses se compadeceram com a história do gigante que só queria o amor em sua vida. Então o deus da forja, Hefesto, guiou Órion por um caminho que o levasse à morada do Sol, onde seus raios poderiam curar seus olhos.

Ao receber a luz divina, o caçador recuperou sua visão. Sabendo do perigo que correria caso voltasse a procurar pela princesa, a deusa da caça, Ártemis, o levou para ser seu companheiro de caça. Órion se tornou o melhor caçador de Ártemis e isso causou o ciúme de Apolo, o irmão gêmeo dela. Apolo não admitia alguém melhor do que ele, e então planejou acabar com a vida do gigante.

 

Durante uma caçada, Apolo soltou um escorpião gigante para matar o caçador. A luta foi sangrenta e os golpes de Órion não conseguiam perfurar o animal. Percebendo a morte iminente, ele fugiu e correu em direção ao mar, onde o escorpião não poderia alcançá-lo.

Enquanto o gigante nadava para longe da ameaça, Apolo provocava Ártemis dizendo que ela não era boa o suficiente com o arco e flecha. Ele a desafiou a acertar um ponto longe que estava em movimento no mar. Sabendo que era a melhor caçadora entre os deuses, Ártemis não hesitou e disparou a flecha contra a sombra que vagava nas águas. E então a sua flecha perfurou o crânio de Órion.

Quando a maré trouxe o corpo ensanguentado de Órion para a praia, a deusa viu que acertara o seu companheiro de caça, a quem amava, e chorou com o corpo do gigante em seus braços. Como ele já estava morto, os raios do sol não podiam mais curá-lo dessa vez. Então, ela pediu ao seu pai, Zeus, que o transformasse em uma constelação de estrelas e que deixasse ele próximo à estrela Sírius, que era a estrela que o seu cão tinha se tornado.

Desde então, toda vez que olhamos para o céu, encontramos a constelação de Órion junto da estrela Sírius, da constelação de cão maior, e sempre à frente da constelação de Escorpião, que parece persegui-lo. E no meio da constelação de Órion enxergamos três estrelas alinhadas, que séculos depois foram batizadas pelos cristãos como as Três Marias. E as luzes das estrelas emanam até hoje o amor que Órion tanto quis e que Ártemis perdeu com a sua morte.


Artigo escrito por Ricardo Sturk da Equipe Horóscopo Virtual.

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