O significado dos símbolos natalinos

O Natal nem sempre foi uma festa cristã. Sua origem é pagã e surgiu graças ao solstício de inverno. É comemorado no dia 25 de dezembro, assim como o nascimento de Cristo.

Para os pagãos, essa época servia para emanar boas vibrações antes da próxima estação, para celebrar o sol onde as noites eram mais curtas e os dias mais dourados, afastando assim espíritos ruins que insistiam em acompanhá-los até a chegada do verão.

Apenas em meados do século 3, os solstícios ganharam mais importância; nessa época, os romanos queriam a qualquer custo encerrar as celebrações devido ao crescimento do cristianismo e as diferenças religiosas. A igreja tomou as rédeas da situação e determinou que a data seria uma forma de celebrar a vida de Cristo.

Jesus foi associado à luz do Sol, embora não exista nada comprovado que a data de seu nascimento esteja correta, e a festa ganhou vida no cristianismo sendo celebrada até hoje pelos católicos.

Curiosidade: aqui no Brasil, as festas juninas marcam o início de outro solstício, onde inicialmente era comemorado no verão com fogueiras para aumentar o clima quente. Embora essas celebrações coincidam, apenas essas duas católicas têm algo em comum com o paganismo, já que os cristãos se guiavam pela lua e os pagãos, pelo sol.

Alguns itens dessa festividade milenar também tem um significado diferente. Confira!

O presépio 

A representação da noite de Natal acontece de diversas formas, mas a mais clássica sem dúvidas é a montagem do presépio. A ideia principal é remontar a história do nascimento de Cristo, com Maria, José, Jesus e os reis magos por perto.

O presépio se tornou um forte símbolo do catolicismo, ressaltando a imagem dos santos depois da reforma protestante que dividiu a religião e condenou as imagens. Montado especialmente para homenagear a religião, o enfeite se tornou motivo para visitações em cidades, casas e igrejas. 

Atualmente, a árvore-de-natal pode ser considerada uma versão mais pomposa do presépio. Inserindo elementos da cultura natalina adaptados à sociedade, como guirlandas, Papai Noel e presentes ao redor. Essa foi uma ideia para aproximar a população da sua fé, assim como o Natal serve para aproximar os familiares de Deus. 

A árvore-de-natal

É o maior enfeite natalino que existe e dá a largada no início das celebrações de fim de ano e tem todo um ritual para ser montada e desmontada. A árvore-de-natal, por incrível que pareça, não tem significado religioso.

Sua presença nas celebrações surgiu no paganismo, pois, mesmo durante os dias mais frios de inverno, o pinheiro continuava verde e bonito, sendo, segundo os pagãos, imune aos espíritos ruins que acobertavam o sol. 

Foi por isso que os enfeites começaram a surgir. Para manter qualquer tipo de maldade afastada do seu lar, as pessoas começaram a pendurar galhos da árvore e enfeitá-los com as coisas que achavam por perto.

Os druídas acreditavam que a árvore representava a vida eterna. O pinheiro se tornou protagonista da festa cristã, acolhendo todas as boas vibrações em forma de enfeites e orgulho religioso.

Os pinheiros levam cerca de 7 anos para amadurecer, embora seja uma tradição pagã antiga, o comércio das árvores ganhou força apenas em 1850 nos EUA. A tradição se espalhou pelo mundo e hoje é muito difícil ver uma família religiosa que não enfeite sua casa com a árvore.

O Papai Noel

O bom velhinho é uma figura implantada na tradição religiosa no século 4 depois de Cristo. Na cidade de Myra, atualmente Turquia, nasceu e viveu Nicolau. Um homem muito rico que sempre ajudou os necessitados jogando moedas de ouro pelas chaminés na véspera do Natal para que famílias menos afortunadas pudessem aproveitar a data e presentear seus filhos. 

Ele se tornou bispo, a cidade onde está sua tumba se tornou ponto turístico e recebe milhares de religiosos. Não é à toa que São Nicolau é padroeiro das crianças, a ideia de um senhor ajudando as famílias encantou os pequenos, assim como o bom velhinho dando presentes para aqueles que se comportam bem.

A história seria linda se não fosse um porém:quando a reforma protestante ganhou força, São Nicolau foi banido da maior parte dos países. Na Holanda, onde era chamado de Sinterklass, a lenda permanece até hoje. Foi lá que ele caiu na cultura popular, sua história ficou conhecida na antiga Nova York (Nova Amsterdã) e se espalhou pelo mundo.

No século 19, a ideia ganhou forma, artistas criaram a identidade visual de São Nicolau, para dar ao público algo mais humanizado, e o nomearam como Santa Claus, acrescentando uma barba longa e uns quilos a mais.

Definiram que a melhor data para São Nicolau não era mais 5 de dezembro e sim na véspera de Natal, onde as crianças mereciam ser presenteadas pelo seu bom comportamento. 

Quando se trata do bom velhinho, sempre existe debate. Cristãos dizem que ele desvia a atenção religiosa da época natalina, céticos falam que é uma mentira bem elaborada e muitos pensam que é puro símbolo capitalista. 

Não foi a Coca-Cola que o inventou!

Embora existam boatos sobre a identidade dele, o primeiro traje do Papai Noel era verde e branco! Seu visual vermelho e branco surgiu apenas graças ao cartunista Thomas Nast em 1863. 

A empresa Coca-Cola usou como base o desenho de Nast e transformou Nicolau em uma campanha publicitária bem-sucedida. Mas não foi a primeira que teve essa ideia, embora claramente tenha sido a que melhor se saiu nessa empreitada.

Como você pode notar, os símbolos só foram introduzidos na religião e ganharam força graças à fé das pessoas, afinal, o verdadeiro espírito natalino é esse: celebrar e espalhar a fé pelo mundo.

 

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