A felicidade, o dinheiro e o jogo

Não, esse não é mais um texto falando sobre como o dinheiro não traz felicidade, ou então sobre como alcançar a meta de ter uma “super-renda” e não precisar mais trabalhar para ser feliz.

Nesse texto quero abordar como a felicidade é possível mesmo dentro de uma lógica financeira, onde temos que correr todos os dias para manter nosso lar. Vamos falar sobre a lógica econômica e sobre o jogo que nos insiste em fazer infeliz. Que jogo é esse? Bem, mais abaixo você descobrirá.

Nenhuma pessoa pode encontrar a felicidade se não tiver o básico para suprir suas necessidades. Maslow criou a pirâmide das necessidades e nela explicita que primeiro precisamos abastecer nossas necessidades fisiológicas, como alimentação, respiração, sono, e depois as necessidades de segurança, como segurança do emprego, da moralidade, da saúde, da família, de recursos. Isso significa que precisamos do mínimo de recursos para que tenhamos uma vida que não nos traga sofrimento. Entretanto, nos últimos tempos esse mínimo vem se modificando e se transformando em um jogo cruel.

O jogo

O jogo a que me refiro é o de consumo. Parece que nossa felicidade está atada ao quanto consumimos e ao nosso poder de aquisição. Obviamente que se não temos uma casa e alimento fica muito difícil se concentrar nos momentos felizes que passamos com nossa família, pois, afinal, falta o básico.

Contudo, deixamos muitas vezes de vivenciar tais momentos felizes para pensar em como podemos conquistar mais coisas e, sem perceber, entramos em um jogo de consumo. Muitas vezes, para diminuir nossa ansiedade e tristeza recorremos aos shoppings e centros comerciais, pois uma nova roupa parece renovar nossa autoestima. Não se percebe que a felicidade e nem a autoestima está naquela roupa nova, e que essa atitude é uma forma de fugir dos problemas.

Outro fator que aumenta o poder do jogo é que estamos sempre tentando provar que estamos bem e que nosso poder de consumo é alto. Assim, compramos coisas que muitas vezes não nos são úteis, apenas para provar a nós mesmos e aos outros que estamos bem nesse jogo de aparências. A mídia nos força a compras desnecessárias e, assim, ficamos sem tempo para aproveitar as coisas simples que a vida nos traz e que propicia um encontro com a felicidade.

Veja, você não precisa de um carro novo para ser feliz, uma roupa da moda pra ser feliz e nem o último celular que a Apple lançou. A felicidade pode ser apreciada quando tiramos o acúmulo de lixo que temos em nossa vida. Digo lixo porque quanto mais condicionamos nossa felicidade na conquista de coisas, mais presos estamos e menos liberdade conseguimos exercer.

Um documentário bem interessante que você pode ver e que vai ajudar a entender mais sobre como a felicidade está na liberdade, e não na aquisição de coisas é o “Minimalism: A Documentary About the Important Things”, disponível na internet.

Nesse documentário, é abordada a questão sobre como menos pode lhe trazer mais felicidade. A questão é que muitas vezes ficamos fixados nas coisas, sem perceber que o mundo é muito maior que nosso poder aquisitivo.

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