Eu e o tempo

Eu ouvia dizer que o tempo passa muito rápido. Não dava atenção para isso. Afinal, o que é o tempo para os jovens que nem sequer sabem olhar para o relógio, não controlam seus minutos preciosos, nem suas vagas lembranças porque ainda não as têm.

Hoje sei que o tempo passou depressa demais e, de fato, não contei os minutos. Não tive a sensatez de medir minhas tarefas inúteis e fiz do tempo um aliado para as minhas intemperanças e desassossegos. Em contrapartida, vaguei durante séculos entre as flores coloridas e perfumadas buscando um amor encantado dentro de um príncipe envolto em beleza e simpatia, que me trouxesse a tal, a chamada felicidade das deusas. Criei um mérito supremo e superior ao meu e acabei fora do cartel das oferecidas.

Com essa superioridade desconexa e desconectada dos relógios Universais, continuei à procura de algo que nem mesmo eu sabia o que era. Foi assim que perdi, não só o tempo, como o significado de termos um tempo de vida diferenciado completamente uns dos outros. É assim que, enquanto alguns levam dois anos para se decidirem se gostam, ou não do parceiro para com ele viver seus próximos momentos, outros, decidem no primeiro encontro. Cada um no seu tempo.

Viver é compartilhar sabedoria. E o tempo é “expert” em nos passar valores que outrora não tínhamos para sabermos avaliar nossos atos, criar novas atmosferas para respirarmos serenamente, avaliarmos o que de proveitoso podemos fazer com ele.

O compasso a que pertenço fica estabelecido pelo Universo. O andamento, cada um faz dele o que quiser – mais lento – mais vagaroso. Só o ritmo não pode mudar.

Bem, mas se pudesse voltar lá atrás… hoje eu não seria eu. Portanto, a cada tempo, o melhor de nós.

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