Meu pai, meu melhor amigo!

Já parou para pensar que pai você está sendo para o seu filho? O tempo acelerou, encurtou, encolheu e está fazendo com que nos transformemos rapidamente.

Não paramos para refletir como estamos conduzindo nossas vidas. Na ânsia desenfreada de ganhar dinheiro, pagar as dívidas, comprar, adquirir, acumular, ter, saber, se informar, não percebemos como estamos levando a nossa vida...aliás, como a vida está nos levando.

Será que meu avô teria tempo nos dias de hoje para sentar com o seu cigarro de palha que pacientemente ele enrolava em seus dedos amarelados, e entre uma tragada e outra me ensinar os primeiros acordes em seu bandolim? Meu avô foi o primeiro referencial e incentivador para eu querer aprender um instrumento.

Acredito que a minha primeira paixão foi o meu violão, presente de minha avó. E essa paixão me acompanhou durante a minha infância, juventude, nas rodas de amigos no colégio, nos retiros espirituais, nas viagens... Meu avô tatuou em mim o gosto pela música.

Será que os pais de hoje conseguem realmente parar para administrar o seu tempo? Priorizar esse precioso tempo? O que é excesso? Irrelevante? Importante? O consumo em exagero está abreviando as trocas entre pais e filhos, e tornando os afetos em carência. Pais se matam em trabalhar e, por isso, nem mais cruzam com seus filhos. Ah! Mas eles conseguem presenteá-los com os smartphones, tablets, Ipod, Mp3, 5, 15...

Os olhos nos olhos, os abraços trocados e os risos compartilhados estão sendo substituídos nas telas do celular por um “Oi, tudo bem?” “Já chegou?” “Que horas você volta?” “Se cuida...não chega tarde…”. A evolução é super bem vinda e o que seria de nós se não tivéssemos chegado à era do computador?  Mas algumas coisas precisam e devem ser vividas na pele, no toque, no cheiro, no beijo, no abraço...porque esses minutos não vividos passam e não voltam mais.

Os registros, as lembranças, a memória quando esse tempo passar não serão desse celular que você deu ao seu filho, mas daquele dia, quando você percebeu a tristeza dele e como desculpa o convidou para ir tomar um sorvete na esquina só para perguntar se ele queria desabafar com você.

Pai, não faça questão de ser tudo. Você não precisa ser herói, nem bandido, basta ser mais presente e amigo....porque amanhã o que mais conta são as recordações que ele contará de você para o seu neto... O que mais conta é que você, para ele, é e sempre será muito mais que um AMIGO!

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