O mal da comparação

Pergunte a você mesmo (e não minta na resposta): quando foi a última vez que se comparou a alguém, em qualquer coisa? É... Provavelmente sua resposta foi “hoje mesmo”, mas não se culpe.

Nós, seres humanos, temos a terrível mania de compararmos uns aos outros em absolutamente tudo – classe social, corpo físico, saúde, felicidade, quantidade de amigos, números na conta bancária, cor de cabelo e por aí vai. Mas o que isso nos traz de bom?

O ato de comparar é nada mais do que estabelecer um paralelo entre duas coisas, objetos, pessoas, características etc. Apenas isso. Só isso. Não é comparar que te faz querer evoluir. Comparar te faz apenas enxergar seus defeitos e virtudes amplificados. Ou seja, seu defeito pode parecer muito pior do que realmente é quando comparado ao defeito de outra pessoa, assim como sua qualidade.

E isso não é bom! Isso te traz um falso diagnóstico da realidade, te traz uma visão distorcida daquilo que realmente é verdade. Comparar-se a outra pessoa te leva a extremos: seja à depressão, por exemplo, por encontrar muitos “defeitos horríveis” em você, ou ao ego inflado, por achar que suas qualidades são insuperáveis. E, qualquer outra situação no meio termo disso também não te fará bem, acredite. 

Comparar é estabelecer paralelo. Imagine dois textos diferentes, escritos por pessoas diferentes. Quando estabelece um paralelo entre dois textos, por exemplo, você enxerga ali duas histórias diferentes, duas narrativas, duas personalidades, duas histórias de vida dos escritores traduzidas por diferentes palavras e sensações, mesmo que estejam no mesmo idioma.

É isso. Você é como um texto. Você é uma pessoa igual às outras, assim como dois textos são feitos no mesmo idioma. Mas suas características (físicas, emocionais, espirituais) imprimem sua história de vida, assim como as palavras de cada texto.

E é exatamente assim na vida. Mesmo que conheça sua melhor amiga há vinte anos, vocês tenham estudado nas mesmas escolas e feito os mesmos cursos extracurriculares, cada uma tem sua própria história de vida, que tornou cada uma de vocês o que são hoje.

Hoje, uma pode ser médica e a outra bailarina; ou uma pode ser mãe e a outra não ter filhos; uma pode ter ido morar em outro país e a outra continuar no mesmo bairro que nasceu; uma pode ser magra, a outra mais cheinha; uma pode ter pintado o cabelo de loiro e ter feito clareamento nos dentes, a outra pode ter fechado o braço de tatuagens e pintado o cabelo de roxo. O que é melhor, o que é pior?

Sabe o que é melhor? É aquilo que te faz feliz! Você poderia ter o cabelo loiro e os dentes branquinhos da sua amiga. Mas você não teria dado as boas risadas com seus amigos enquanto bebia aquele refrigerante que amarela os dentes.

Você poderia ser magrinha como sua amiga. Mas não teria tantas lembranças boas de pizzas aos sábados de madrugada com o seu namorado. Você poderia ser rica, morar em outro país e ter uma carreira de sucesso, mas vai ver você não teria conhecido o amor da sua vida.

Tudo isso, então, valeria a pena? Eu te respondo essa: não, não teria. O que faz alguém feliz não é o mesmo que traz a felicidade para você também. Cada história de vida forma um caráter, um pensamento, sonhos e desejos diferentes.

O que torna a sua melhor amiga feliz não te fará feliz também – ao menos não necessariamente. Então, ao invés de se comparar a ela e se menosprezar, pense o seguinte: “Ela está verdadeiramente feliz porque faz o que realmente a deixa feliz. Ela não se compara a ninguém, apenas busca a própria felicidade”. Nisso, sim, você deve se espelhar.

Se comparar a alguém é o mesmo que querer ser a outra pessoa, e isso apagaria todas as suas lembranças. Não faça isso. Tenha exemplos. Tenha, sim, alguém como espelho, alguém que você admire. Quanto a isso, não há problema. Porque você vai se espelhar na coragem daquela pessoa, na determinação, na busca incessante pela felicidade. E não no que ela tem ou deixa de ter.

Bens materiais, características físicas... Tudo isso é relativo. Seu tempo de colheita é diferente do meu. O abacaxi não nasce na mesma época que o morango e nem por isso um é mais gostoso do que o outro. Cada um tem o seu tempo, apenas isso.

Respeite seu tempo. Respeite sua história de vida. Não se compare a ninguém. Seja você mesmo e busque a sua verdadeira felicidade, seja lá onde e com quem ela estiver.


Artigo escrito por Giovanna Frugis da Equipe Horóscopo Virtual.

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