O poder da compaixão

Normalmente, quando olhamos para um cachorrinho, a primeira coisa que nos vem à mente é o aspecto de classificar o animal como algo de que gostamos ou não. Contudo, uma capacidade mais produtiva seria a de verificar como poderíamos beneficiar aquele animalzinho através de nossas ações. Será que ele necessita de água, de alimento ou de estar com outros cãezinhos? Ao nos perguntarmos isso, podemos beneficiá-lo através de nossas ações.

Em geral, as pessoas apenas se perguntam se gostam ou não daquele animal. Se gostam, aí produzem ações de cuidado, mas, se não gostam, limitam sua visão e ações para o cuidado daquele ser.

Ser compassivo nos dias de hoje é realmente um desafio. É uma lógica que não cabe no mundo atual. Quando manifestamos compaixão, podemos auxiliar os seres onde esses se encontram. Além disso, nossas relações prosperam e com isso conseguimos andar com mais tranquilidade no mundo.

3 grandes benefícios da compaixão

1º O primeiro grande benefício de se gerar compaixão é o de melhorar nossas relações com as pessoas. Quando uma pessoa está equivocada e nos gera sofrimento, podemos manifestar um olhar de compaixão para o seu ato. Por exemplo, digamos que uma pessoa esteja sendo muito agressiva em sua relação, xingando as pessoas e sendo rude na maior parte do tempo. Ao observarmos de maneira grosseira, pensaremos que essa pessoa é muito ruim. Mas, se desenvolvermos uma visão de compaixão, entenderemos que a pessoa que faz os outros sofrerem é a que sofre mais, pois seu sofrimento está transbordando e atingindo as pessoas a sua volta.

Quando notamos essa verdade, podemos auxiliar a pessoa a cessar o sofrimento interno, acabando dessa forma com o sofrimento que gera problemas em sua vida. Mas, antes de ter essa ação de gerar benefício a essa pessoa, precisamos criar a visão da compaixão. Dessa maneira, criamos menos mágoas e guardamos menos rancores, favorecendo nossas relações.

2º Se temos essa visão compassiva, melhoramos o nosso movimento em meio ao mundo. A compaixão favorece o desenvolvimento da habilidade de não guardar mágoas e de acabar com o sentimento de vingança. Assim, geramos ações que beneficiam as pessoas que estão a nossa volta. É como plantar uma semente que logo vai germinar a dar frutos. Nossas ações positivas geram efeitos positivos na vida das pessoas e isso facilita a vida.

3ª A compaixão produz também felicidade. Richard Davidson realizou uma pesquisa com um monge chamado Matthieu Ricard para compreender se a prática de compaixão gera felicidade. Matthieu realizava um mantra da compaixão enquanto os neurocientistas examinavam as funções cerebrais sendo ativadas. Matthieu ativava áreas responsáveis pela felicidade que a maioria das pessoas não consegue ativar exatamente por manifestar de forma abundante a compaixão para com o próximo.

Contudo, isso não é uma coisa fácil. Para manifestarmos uma compaixão genuína, precisamos treinar nossa mente e coração para sair das limitações que nos foram ensinadas. Limitações como: “Só ajudo quem me ajuda”, “quem me faz mal é uma pessoa ruim”, “só auxilio quem eu gosto” etc. Todas essas frases são exemplos de quem, por causa de uma limitação da mente, escolhe a quem ajudar pelo aspecto do gosto e não gosto.

O primeiro passo é sermos compassivos conosco mesmos, perdoando nossas próprias falhas e produzindo um sentimento positivo interior. Quando se é compassivo consigo, pode-se então transbordar essa emoção para os outros.

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