Relações afetivas ou aflitivas?

Construir uma boa relação não é difícil, mas sim trabalhoso, pois cada pessoa sendo única em seu universo, carrega culpas, frustrações, desejos, traumas e emoções que podem dificultar a arte de somar esforços por um entendimento crescente e consciente, onde o aparar as arestas é consequência de uma determinação pela busca de um sentir-se bem integralmente, sem necessariamente podar ou até mesmo anular a outra pessoa, ou quem sabe sufocá-la com tensões e pressões que podem se manifestar também nos pequenos detalhes do dia a dia. 

São relações que muitas vezes já nascem negativamente comprometidas pelo alto grau de expectativa e ansiedade que colocamos em relação à outra pessoa, como se a mesma pudesse ser unicamente

responsabilizada pela nossa felicidade, gerando então até mesmo um fardo que compromete a naturalidade e a simplicidade que tanto podem colaborar para um caminhar e uma convivência leve e harmoniosa, que potencialize os pontos fortes de cada um e consiga favorecer a superação dos fracos com muita serenidade e determinação. 

Essa busca por uma verdadeira relação afetiva e não aflitiva é que determinará, desde o início, a trilha que poderemos percorrer e vivenciar efetivamente juntos e de forma compartilhada, mesmo sabendo dos possíveis percalços e das dificuldades que todo caminho oferece, independentemente do terreno acidentado por ilusões e decepções, de termos que ultrapassar rios de medos e culpas, removendo pedras e até mesmo saltando sobre alguns abismos e fantasmas que nem sempre existem nas formas que percebemos, mas que tornamos potencialmente reais e perigosos na medida em que olhamos mais para baixo do que para frente e para o alto.

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